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Introdução
Mulher a pintar (Photo by RF._.studio via Pexels)
Bens culturais são lugares, pessoas, artistas, grupos ou instituições e outros elementos, tais como contos, histórias, símbolos e aspetos positivos de um dado local (vizinhança, aldeia, município, cidade), que moldam a identidade comunitária. A identidade é o que nos define, a forma como nos expressamos, aquilo que dá significado às nossas vidas e interações e o que passa (ou pode passar) de geração em geração.
Os bens culturais, quando identificados, particularmente em colaboração ou com a participação dos habitantes, têm o poder de inspirar criativamente pessoas, criar experiências marcantes, ajudar a encontrar pontos e sentimentos em comum, estimular um trabalho de proximidade com as comunidades, ou mesmo revitalizar locais abandonados ou zonas urbanas esquecidas.
Qual é a atividade?
Arts materials (Photo by Artem Podrez via Pexels)
“Participativo” é um termo que não expressa apenas participação, colaboração ou envolvimento de um dado público ou grupo-alvo. Também confere direitos de co-autoria ao grupo-alvo, dando-lhe espaço para se exprimir ou dando-lhe uma voz, para que possa partilhar o seu ponto de vista. É uma abordagem democrática que promove a inclusão, o orgulho, a gestão inclusiva e contribui para a construção de um espírito comunitário. Através das artes, incentiva-se a criatividade e, como resultado, pode tornar um local mais atrativo e agradável.
Nesta atividade, irás utilizar a ilustração participativa como meio para expressar e celebrar de forma criativa a cultura local da tua vizinhança.
O que vou fazer?
Esta atividade poderá ter de ser realizada em várias reuniões. Agenda-as com antecedência suficiente.
- Convida um ilustrador, designer, ou alguém interessado em belas-artes para o apoiar nesta atividade (não sendo, contudo, obrigatório).
- Define o(s) tema(s) da tua ilustração. Ex.: “Identidade da Vizinhança”. Quanto mais abrangente for o tema, mais terás de debatê-lo com os teus vizinhos. Em alternativa, podes sugerir um tema mais restrito, como “histórias e contos da vizinhança”.
- Convida a família, colegas de trabalho ou amigos para que tenhas um grupo de participantes que salvaguardem o começo da atividade. Publicita a atividade que tens em mente em locais centrais da tua comunidade. Estende o convite a pessoas de diferentes origens e idades, por forma a garantir equidade, e que a obra de arte resultante representa a comunidade
- Certifica-te de que tens uma lista dos materiais necessários para a tarefa (mesas, cadeiras, lápis, papel, marcadores, …)
- Realiza as reuniões num espaço público e durante o Verão, de preferência (num parque, numa praça, na entrada de um lugar que os membros da comunidade se encontrem habitualmente. Se for um local privado, pede autorização ao dono para realizar as atividades).
- Explica os objetivos e o processo aos teus colegas
- Pergunta e debate com eles sobre o que eles sentem mais vontade de trabalhar: uma bandeira ou um brasão comunitário (ou talvez um mural, mas serão necessários mais recursos).
- A maior parte das pessoas tem tendência a criticar excessivamente as suas próprias capacidades visuais e de desenho. Descontrai os participantes para se exprimirem abertamente, jogando o jogo do “Cadáver esquisito”. Vê o vídeo e familiariza-te com os passos e instruções.
- Explica-o aos participantes e espera resultados hilariantes! Depois desta experiência, eles poderão sentir-se mais confiantes e relaxados.
- Faz um levantamento com os vizinhos sobre o que representa a identidade da vizinhança através de uma sessão de discussão de ideias. Alguns exemplos poderão ser histórias, atividades, contos, símbolos, tradições, música, comida, edifícios, bens, e espaços públicos e privados.
- Em conjunto, classifiquem-nos, ordenando-os por relevância e, em seguida, escolham os elementos da(s) narrativa(s) a representar.
- All together, rank them, by sorting them by relevance and, then, choose the narrative(s)’ elements to represent.
- Representa os elementos visuais mas não te foques demasiado nos detalhes! Quanto mais simples, melhor. Pesquisa online por ícones que representam os elementos visuais que tu/o grupo quer transmitir e tenta replicá-los. Vê os dois vídeos sobre “500 símbolos desenhados à mão” para te inspirares, que se encontram na secção “Recursos”.
- Faz um esboço do brasão ou bandeira e começa a desenhar elementos para a narrativa incorporada no brasão ou na bandeira. Faz à mão, costura ou pinta a bandeira ou o brasão num espaço comum com os residentes. Se optares por pintá-la e o grupo de residentes for grande, para te manteres fiel ao esquema de cores original, poderás optar por utilizar a técnica de pintura por números. A pintura por números assemelha-se a um livro de colorir. Baseia-se num desenho de contornos com códigos de cor em cada secção do contorno. É muito intuitiva, evita erros significativos e equívocos e é uma técnica fácil de manter todos sincronizados enquanto se trabalha em equipa.
- Publicita o brasão ou a bandeira na vizinhança. Desafia a comunidade a vesti-la/usá-la em ocasiões especiais, celebrações ou eventos locais.
O que vou aprender?
- Ilustração participativa;
- Bens culturais;
- A facilitar eventos em grupo;
- A organizar um ou mais eventos de arte pública participativa;
- A fazer um levantamento informal de bens culturais que representam a vizinhança;
- A transmitir e exprimir de forma criativa as narrativas e a identidade coletiva local;
- Comunicação verbal e não-verbal;
- Saber como dar reforço positivo;
- Criatividade;
- Liderança;
- Ser um criador e facilitador de eventos coletivos comunitários;
- Recetividade;
- Ser impulsionado e motivado pela cultura.
Webites (URLs)
Como um mediador de cultura, é crucial que te tornes um facilitador por excelência. Poderás ser um facilitador em termos de comunicação, eventos, expressão cultural, organização comunitária, etc.. Ao unir os habitantes e dar-lhes uma voz que expressem o que é para eles um bem cultural em em termos de identidade e criação de arte, irá fortalecer as suas relações, a sua capacidade de gestão cívica, a sua auto-estima individual e coletiva e a sua imaginação.
Transmite valores locais e história através da ilustração e das suas narrativas expressas na obra concluída. Esta é uma maneira de transmitir conhecimento através de gerações, entre locais e não-residentes.
Após as reuniões, reflete sobre o que pode ser melhorado e ajustado da próxima vez que organizares algo semelhante ou deres conselhos a alguém que esteja a preparar uma atividade utilizando a ilustração participativa.
Conjunto de Recursos Online para Profissionais de Serviços Comunitários
- Compreender como é que a ilustração participativa pode ser um meio de construção da comunidade e de mudança social e urbana;
- Ensinar aos indivíduos uma atividade participativa e artística para transmitir os bens e a identidade locais;
- Ensinar aos indivíduos técnicas acessíveis para serem utilizadas na ilustração participativa e construção da comunidade;
Top tips:
Como profissional de serviços comunitários, encontram-se aqui disponíveis algumas dicas para apoiar na exploração do tema da ilustração participativa com a interação dos participantes.
- Para aprofundar sobre a importância, objetivos e impacto da ilustração participativa aplicada a murais, recomendamos o vídeo “Arte Participativa: inspirações para a defesa de direitos e o ativismo”. Aplicar caso faça sentido apresentá-lo aos participantes e, de seguida, refletir em conjunto sobre ele.
- A Técnica do Cadáver Esquisito é uma técnica que se encaixa em vários contextos. Tanto em contextos mais estruturados ou mais informais, com um público mais adulto ou com crianças, ou com principiantes no desenho ou pessoas com bastante experiência. Pode ser usado como uma atividade isolada ou como um quebra-gelo para que os participantes se sintam mais à vontade uns com os outros e com a tarefa que lhes foi atribuída.
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Uma maneira de reformular e decompor conceitos complexos como “identidade coletiva” ou “identidade cultural”, é colocar algumas perguntas. Antes da discussão de ideias inicial, é recomendado começar com perguntas que irão guiar melhor todos os participantes durante esse processo. Algumas das perguntas são:
“Qual o seu entendimento sobre o termo “identidade cultural”?”
“Quem é que nós somos?”
“Qual é a nossa história coletiva?”
“Quais são os símbolos, edifícios, tradições, histórias, peças de arte, linguagens, expressões que constituem o caráter e os costumes da nossa comunidade?”
4. Depois, pode-se dividir o grupo por vários temas para o debate de ideias, dependendo do tamanho do grupo e do conteúdo que surgir nesse período inicial de reformulação. Neste aspeto, por favor, ver o vídeo sobre Brainstorming (debate de ideias).
5. Ao chegar ao passo 15 “Publicitar o brasão ou bandeira na vizinhança”, sugerimos que comunidade seja desafiada a vesti-lo/usá-lo em ocasiões especiais, celebrações ou eventos. A narração de histórias poderá ser uma ferramenta interessante para ser utilizada na publicitação do produto/símbolo criado pela comunidade. Para saber mais sobre narração de histórias, ver esta publicação no Facebook.
Publicação no Facebook sobre narração de histórias
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=136648308811906&id=106845348458869